Obrigado, Rapazes | Crítica

Em "Obrigado, Rapazes", acompanhamos a história de Antônio (Antonio Albanês), um ator com dificuldades em encontrar trabalhos em sua profissão, que acaba aceitando a oferta de produzir uma oficina de teatro dentro de um presídio.

Ao descobrir o talento dos detentos, ele decide encenar a famosa peça do dramaturgo irlandês Samuel Beckett, "Esperando Godot" (1952).

Trata-se de uma obra do Teatro do Absurdo, com atmosfera existencialista e diálogos enigmáticos.

A obra gira em torno de dois personagens que esperam por alguém chamado Godot, alguém por quem eles não têm uma clara compreensão de quem seja ou por que estão esperando por ele.

A peça é vista como uma reflexão sobre a condição humana, a falta de sentido na vida e a necessidade de encontrar significado e propósito.

Inicialmente, Antônio é orientado a escolher algo mais simples, uma vez que se trata de pessoas que estão sendo apresentadas agora ao teatro, e, especialmente, por serem presidiários com um perfil social de baixa educação formal.

No entanto, ele decide por "Esperando Godot" por se tratar de algo mais instigante e relacionado com o que seus alunos vivem na prisão: a espera pelo dia em que sairão de lá e a busca por significado em suas vidas enquanto isso não ocorre.

Sendo assim, "Obrigado, Rapazes" é uma comédia leve e descontraída, um filme simples cujo maior mérito talvez seja o que não faz, pois não cai em estereótipos e lugares-comuns, como sua premissa leva a crer.

"Obrigado, Rapazes" está em exibição no Festival de Cinema Italiano 2023.