Bingo: O Rei das Manhãs


O Bingo fez sucesso, o Bingo tá feliz, só não pergunte ao Bingo onde ele mete esse nariz...

Em Ritmo de Festa Fuga, Durkirk, Bingo e Atomic Blonde são os filmes que eu queria assistir esse ano no cinema e que os trailers mexeram com minha cabeça. Fui conferir Babe Driver e sai super frustrado do cinema. Então foi a vez do Dunkirk, e dessa vez as expectativas foram alcançadas, assisti no IMAX, o que só melhorou a experiência. Mas minha maior preocupação era com o Bingo - O Rei das Manhãs, afinal de contas é um filme brasileiro e eu queria muito que fosse bom.  A cada trailer lançado e divulgação na pagina oficial do facebook, o maldito hype ia aumentando assim como a preocupação de me frustrar. Eis que no dia 27 de Agosto, fui ao cinema e nesta critica inicial vou falar o que achei de Bozo Bingo, o Rei das Manhãs.

O filme conta a história Augusto Mendes (Vladimir Brichta), um ator frustrado de pornochanchada que decide mudar o rumo de sua carreira e vai tentar fama e sucesso nas novelas de TV da emissora mais famosa do país. Ocorre que nem tudo são flores em sua vida. Seu primeiro papel na tv é de um figurante de uma fala só, fato que revolta o ator e que faz com que ele abandone essa “oportunidade” e vá tentar a chance em outra emissora. Mal sabia que se tornaria o maior palhaço da tv nos anos 80.


Bingo é a prova que o cinema nacional pode ter uma boa história sem parecer uma novela ou um derivado da TV Mundial Globo no cinema. Daniel Rezende, que não é nem um iniciante e que já trabalhou em grandes filmes como Cidade de Deus, Diários de Motocicleta, Tropa de elite 1 e 2, entre outros, tem sua estreia como diretor (será diretor do filme Laços, baseado na HQ da turma da Mônica.) de Bingo, que conta a história real de Arlindo Barreto, o primeiro interprete de Bozo, o palhaço que animava as manhãs do SBT.


Rezende usa toda sua experiência para montar um grande filme, que é dividido em apresentação, sucesso e queda de Bingo, tudo muito bem realizado, sem exageros, com muito bom humor e uma dose certa de drama. O ponto alto do filme, sem sobra de dúvidas e a atuação de Vladimir Brichta, que mostra que seu talento não é bem aproveitado na telinha.


Brichta inicialmente não era a opção de inicio para dar vida ao palhaço, a escolha inicial era Wagner Moura, mas como o mesmo estava na produção de Narcos, resolveu indicar seu amigo para o papel. E a indicação não poderia ter sido melhor, visto que ele se entrega de corpo e alma ao personagem.


O elenco em geral funciona muito bem, cada personagem tem seu papel e importância para trama. Destaques para Leandra Leal, que interpreta a diretora do programa rígida e com apenas uma meta em sua lista: conseguir fazer um programa de sucesso, afinal de contas como ela mesmo diz "ela é a única diretora com um formato de programa internacional na tv brasileira dos anos 80". Augusto Madeira, que dá vida ao câmera e que é um ótimo alivio cômico para o filme, e Cauã Martins, que dá vida a Gabriel, filho de Augusto/Bingo, e que é o único menino que odeia o palhaço, afinal de contas esse.... Isso vocês descobrem ao assistirem ao filme..


Bingo o Rei das Manhãs, nos lembra de como os anos 80 tudo era permitido para ganhar audiência e como o monopólio de uma emissora pode prejudicar a vida de um artista e ao mesmo tempo dar forças para se alcançar uma meta. O filme é mais que recomendado para malandragem de plantão que está cansada de filmes de comédia genéricas baseados em programas de tv.  Vá ao cinema porque como diz o Bingo “a vida não é brincadeira não".

Bingo - o Rei das manhãs, é a prova de que o cinema nacional tem conteúdo e boas histórias.