O Kira do mangá é como os Otaku se veem. O Kira do filme é como os Otaku são!
Adaptar uma
obra nunca é uma tarefa fácil, vide muitos livros que são transportados para a
tela grande e que são um grande fracasso. Agora transportar uma obra de outro
contexto social para as telas de cinema é outro grande desafio. E o diretor
Adam Wingard, não é o primeiro nem o último a fracassar nesta tentativa. Death
Note, é um remake que só faz com que o publico que consome conteúdos oriundos
da terra do sol nascente tenha medo de quando Hollywood anunciava uma produção
oriental.
O mercado norte americano de
cinema já vem tentando emplacar uma adaptação de manga/anime faz um bom tempo,
ocorre que em todas as suas tentativas o fracasso é premeditado, logo no
anúncio de suas adaptações, vide Dragon Ball Evoluntion e Ghost in the Shell.
Não é
diferente de Death Note. Neste filme
somos apresentados a Light Turner (Nat Waolff), um jovem rapaz, que faz deveres
de casa para seus amigos em troca de ganhar alguns Temer golpistas. Ocorre que
a vida de Light vai mudar, quando ele encontra o Death Note, um caderno que
permite que ele mate pessoas só de colocar seus nomes nele. Junto do o caderno,
somos apresentados a Ryuk (Williem Dafoe/Garcia Jr), um protetor do misterioso
Death Note que explica ao protagonista como usar tal artefato.
O grande problema do filme, não é apenas adaptar o conteúdo
do manga/anime, mas meio que mudar totalmente a obra original e esquecer os
questionamentos abordados na versão original.
Enquanto na versão japonesa, o protagonista é movido pelo seu ego, em sua adaptação Light é motivada pelo interesse amoroso na amiga do colégio, a jovem Mia Sutton (Margaret Qualley). Light é levado a cometer uma onda de assassinatos em troca do sexo fácil de sua amiga psicopata com complexo de Deus. Mas é claro que os dois jovens não vão cometer essa onda de crimes sem serem punidos.
E é neste ponto que somos apresentados ao grande detetive Sherlock Homes L (Keith Stanfield), famoso por seus casos solucionados e por manter sua identidade anônima. Neste clima, começa um pequeno e muito mal elaborado antagonismo entre os dois. Nada elaborado e nem impactante para o telespectador.
O filme não é ruim por seu uma péssima
adaptação do conteúdo original, ele é ruim pelo fato de não saber contar
história dos personagens e por não manter elementos chaves que fazem com que a
trama oriental seja o sucesso que é. A versão americanizada de Light, não é de
um aluno do colégio que é acima da média, com um ego gigantesco. Somos
apresentamos a um personagem fraco, sem ambição e sem confiança em si mesmo,
essa desconstrução da persona do protagonista faz com que toda a trama original
seja ignorada em seu remake americano. Logo, não é alcançado o objeto proposto
inicialmente no mangá.
É importante deixar claro, que Death
Note, comete o mesmo erro que Dragon Ball Evolution. As motivações de seus personagens
americanos são o reflexo da cultura americana. Enquanto Light e Goku, têm
objetivos a serem alcançados e carregam dentro de sí, um código moral de honra,
uma característica sempre trabalhada em personagens de manga, seus
protagonistas ocidentais, são totalmente o inverso. Fato que contribui para um
filme fraco e pobre em conteúdo e enredo.
Death Note é sem sombra de dúvidas
o motivo pelo qual, todos temem uma adaptação live action de Akira, famoso
manga/animação que badalou as madrugadas de sábado da Band. Talvez seja melhor
que Hollywood parar e pensar antes de realizar outro fiasco desses.
A galera OTAKU pira na adaptação.