Era Uma Vez um Gênio | Crítica


O que você faria se encontrasse uma lâmpada mágica com um gênio lhe concedesse três pedidos?

Em Era Uma Vez um Gênio, o diretor George Miller nos apresenta a história de Aletheia (Tilda Swinton), uma especialista em mitologias, que está em Istambul a trabalho quando encontra um artefato que se revela a morada de um Djinn (Idris Elba), popularmente conhecido no Ocidente como “Gênio da Lâmpada”. 

Contudo, o que o Djinn não esperava era que Alethia não lhe pedisse nenhum desejo. Então, para convencer sua nova ama, ele começa a contar uma série de histórias para convence-la a usar seus três pedidos.


Longe das câmeras desde Mad Max: Estrada da Fúria (2015), George Miller adapta uma das histórias do romance "The Djinn in the Nighingale’s Eye" (sem tradução para português), da escritora britânica A.S Byatt.

Miller não decepciona na direção do filme, ele faz uso de boas transições para contar a história que é dividida em relatos do Djinn sobre as três vezes que ele ficou aprisionado na garrafa. 

Desse modo, como em seu último filme, o diretor usa e abusa das cores. Enquanto as cenas entre Alethia e Djinn têm cores mais suaves, as histórias narradas pelo gênio exploram cores vivas e chamativas para compor o tom fantasioso.

Outra coisa interessante que o diretor faz, é marcar o filme como uma produção do período pandêmico. Durante a trama, notamos alguns personagens usando máscaras. Com esse detalhe, Miller consegue contextualizar o enredo também no momento em que ele está situado.

Além disso, um dos pontos positivos do longa fica para as atuações de Idris Elba e Tilda Swinton. Os atores são as personificações de seus personagens. Não consigo imaginar outra dupla para o papel.


O filme é um prato cheio para que gosta de ir além do roteiro. Djinn inicia sua história contando seu relacionamento com a Rainha de Sabá, que por sinal tem uma cena com uma trilha sonora muito boa. 

Para quem não conhece sua história, Sabá foi uma soberana da Etiópia que teria ido visitar o famoso Rei Salomão (fato esse desmentido pelo Gênio). Foi por causa desse Rei que o Djinn ficou aprisionado. Mas as referências históricas não param.

Assim, Djinn fica aprisionado na garrafa até ser invocado no Império Otomano do Sultão Suleiman, o Magnifico, conhecido no ocidente como o Legislador

Neste ponto do longa, acompanhamos uma das concubinas do palácio que é apaixonada por Sehzade Mustafa (Matteo Boccelli), filho do Sultão. Outros personagens históricos são Murad IV, seu irmão Ibrahim e sua mãe Kösem.

A trilha sonora é outro destaque do filme. O compositor holandês, Tom Holkenborg (Junkie XL), o mesmo de Mad Max: Estrada da Fúria, entrega uma trilha sonora maravilhosa. Exemplo disso é a canção dos créditos finais "Cautionary Tale", interpretada por Matteo Bocelli.

Era Uma Vez um Gênio é um filme recomendado para quem quer fugir dos filmes de heróis e demais blockbusters que se tornaram o padrão do cinema atual. Com uma boa trama, o longa entrega tudo que prometeu no trailer.

Nota: 7,5