"John Wick" conseguiu se tornar uma rara franquia de sucesso em um mercado pouco afeito a produções originais que não carregam uma fama pregressa em outras mídias. Em 2014, o primeiro filme passou um pouco despercebido nos cinemas, mas acabou se tornando um grande sucesso no home video (streaming), onde adquiriu visibilidade para suas continuações.
Agora, chegamos ao quarto capítulo da saga do temido Baba Yaga, que conta com os reforços de Donnie Yen, Bill Skarsgard e Hiroyuki Sanada ao elenco, além dos retornos de Ian McShane, Laurence Fishburne, Lance Reddick e, do astro principal, Keanu Reeves.
Na trama de "John Wick 4: Baba Yaga", o nosso protagonista está tentando resolver algumas questões pendentes do longa anterior. Mas quando ele mata um membro da alta cúpula do crime, acaba chamando a atenção do Marques (Bill Skarsgard), que vai fazer de tudo para matar John Wick e todos os seus aliados.
A introdução de novos personagens é um dos pontos altos do filme. Caine (Donnie Yen), um ex-aliado de Wick, agora tem a missão de mata-lo. Contudo, trata-se de um homem cego que faz você acreditar que pode lutar da forma que luta.
Marques (Bill Skarsgard) é outro personagem de destaque, mesmo que não tenha cenas de ação, a atuação entrega um carisma que mescla um jeito de falar do Coringa de Heath Ledger (Batman: O Cavaleiro das Trevas) com a insanidade do Moriarty de Andrew Scott (Sherlock).
Outra novidade é Tracker/Rastreador (Shamier Anderson). Ele se apresenta como "Sr. Ninguém" que sabe tudo sobre John Wick, carregando todas as informações que precisa em um diário.
Mais uma vez os roteiristas se aprofundam nos detalhes de como funciona esse submundo. Todo esse worldbuilding organizado com regras e culturas próprias é um dos maiores atrativos da franquia.
E quando se pensa em "John Wick", a primeira coisa que vem a mente do público são as cenas de ação. E nesse departamento não há economia, com set pieces em diferentes locações, a produção entrega 2h49 de pura adrenalina.
Mas, para não dizer que tudo é perfeito, há algumas barrigadas nos diálogos, algo que não chega a atrapalhar a experiência em tela.
Alerta Spoiler:
O longa poderia muito bem se chamar de "John Wick 4: Capitulo Final". Mas isso entregaria o grande spoiler do filme: a morte do protagonista. Achei a atitude maravilhosa, visto que tudo o que tinha que ser contado sobre o personagem já foi mostrado.
Como dito, um dos méritos da quadrilogia é o submundo criado Derek Kolstad. E desse universo já está chegando ao cinemas um spin-off chamado "Bailarina", estrelado por Ana De Armas. Além disso, também está em desenvolvimento uma série na Amazon Prime focada no Hotel Continental, explorando o passado de Winston (Ian McShane).
Ainda me arrisco a dizer que não seria surpresa se fosse feito um outro derivado com a dupla "Sr. Ninguém" e Caine, visto que os dois acabaram de ser apresentados e a cena pós-créditos envolve um deles.
"John Wick 4: Baba Yaga" estreia dia 23 de março, quinta-feira, nos cinemas.
Nota 7,5
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