Aquaman 2: O Reino Perdido | Crítica


No ano de 2013, a Warner/DC deu início ao seu universo cinematográfico com "O Homem de Aço", mirando um sucesso similar que sua concorrente Marvel obtinha nos cinemas naquele momento.

Agora, dez anos depois, a iniciativa chega ao fim com "Aquaman 2: O Reino Perdido".

Na trama, Aquaman/Arthur Curry (Jason Momoa) retorna como o soberano de Atlantis, dividindo seu tempo entre suas obrigações como governante e como pai do pequeno Arthur Jr.

Tudo isso enquanto o planeta passa por severas mudanças climáticas causadas por Arraia Negra (Yhya Abdul-Mateen II), que possui em suas mãos o tridente do Rei "Kordax", aprisionado por Atlan (Vincent Regan).


O diretor James Wan não tinha uma tarefa fácil em suas mãos para a realização do filme. Problemas com o midiático e litigioso divórcio da atriz Amber Heard, que teve um bom destaque como Mera no primeiro filme, e mudanças na administração da Warner, que determinou o fim deste universo cinematográfico da DC, fizeram com que a produção passasse por várias refilmagens, o que nunca é um bom sinal.

Um dos problemas que "Aquaman 2: O Reino Perdido" apresenta é em relação à sua montagem. A ausência de Mera (Amber Heard) em diversos momentos da trama é muito nítida, ficando evidente que a participação da personagem teve que ser cortada à revelia da história como foi concebida originalmente.

Além disso, o longa também sente a falta de um bom antagonista. Arraia Negra, que no material promocional é vendido como o grande vilão, na verdade passa de uma mera marionete nas mãos de "Kordax" em seu plano de dominar o mundo. E isso não tem peso nenhum, pois não há uma grande construção para a revelação do principal vilão.


Contudo, um dos pontos de destaque fica para o ator Patrick Wilson (Orm), que poderia ser inclusive um Aquaman muito melhor do que Jason Momoa. Ele é o único que se esforça para apresentar uma boa atuação, bem como seu personagem é o único que tem um bom arco dramático, transformando-se de vilão a herói. Aqui temos, em menor escala, algo como Loki nos filmes do Thor.

Desta forma, "Aquaman 2: O Reino Perdido" é uma colcha de retalhos que tenta percorrer vários gêneros sem escolher um para se definir como filme. Apresentando uma trama fraca e vazia, mesmo quando tenta trabalhar de forma completamente atabalhoada a pauta do aquecimento global para dar relevância a um péssimo roteiro.

Nota: 4,5

"Aquaman 2: O Reino Perdido" estreia dia 21 de dezembro nos cinemas.