Duna: Parte Dois | Crítica

Em "Duna: Parte Dois", continuamos a acompanhar a evolução de Paul Atreides e sua aliança com os Fremen. Os eventos que iniciam a trama se passam minutos depois dos acontecimentos do primeiro filme.

Uma das maiores façanhas do diretor Denis Villeneuve foi dividir o primeiro livro de Frank Herbert em duas partes. Enquanto esse recurso é muitas vezes usado como caça-níquel para finalizar adaptações de franquias para o cinema, aqui é um recurso para trabalhar as mais de 600 páginas do material original, em uma trama muito mais madura do que o primeiro longa.

Villeneuve traz uma versão espacial de "Lawrence da Arábia", com todos os elementos da obra de Frank Herbert indo desde os aspectos árabes-judaicos, relações feudais e, claro, o messianismo cristão.

O elenco é outro acerto. Mirando em atores consagrados como Javier Bardem, Josh Brolin, Christopher Walken, Charlotte Rampling e Stellan Skarsgard. A produção aproveita a nova safra de atores como Timothée Chalamet, Zendaya, Austin Butler, Florence Pugh e Anya Taylor-Joy para formar um elenco muito completo e competente.

O destaque vai para Chalamet (Paul Atreides) e Rebecca Ferguson (Jessica). Os dois atores entregam ótimas atuações, principalmente quando as linhas do diálogo apresentam os conflitos políticos que seus personagens têm que enfrentar. Paul com medo do que o futuro pode lhe reservar e Jessica, querendo fazer com que o filho entenda seu papel como messias e líder da revolução dos Arrakianos.

Aspectos como a edição de som são destaque no longa também. A sala IMAX proporciona uma experiência sensacional. A cada aparição dos vermes da areia, o chão da sala tremia, tal a qualidade que temos. Mas até os sons mais sutis como o andar na areia são perceptíveis aos ouvidos. O figurino também é outro ponto que vale a atenção do público. As roupas usadas por Jessica são muito bem utilizadas na trama, vemos a mudança da personagem pelas roupas que ela vai usando no decorrer da história.

"Duna: Parte 2" provavelmente vai agradar o público comum que gosta de uma boa história e os fãs da obra de Frank Herbert. Mas quem pode sair satisfeito é a Warner, que está com uma franquia gigantesca nas mãos e pode tirar bons proveitos disso, caso saiba administrá-la.

Exemplo disso é a série baseada no universo criado por Frank Herbert e continuada por seu filho Brian Herbert. "Dune: The Prophecy" (Duna: A profecia) está planejada para chegar entre setembro e novembro de 2024 e se passa antes dos eventos do primeiro livro.

Nota: 9

"Duna: Parte Dois" estreia dia 29 de fevereiro nos cinemas.