Madame Teia | Crítica

Embora a Marvel tenha costurado um acordo para estar por trás da produção de todos os últimos filmes em que o "Homem-Aranha" é interpretado por Tom Holland, é importante ressaltar que os direitos de adaptação para o cinema desse icônico personagem ainda pertencem à Sony Pictures.

Contudo, mesmo sem explorar o Homem-Aranha de Peter Parker em suas próprias produções live-action, a gigante japonesa continua desenvolvendo uma série de projetos baseados no universo do aracnídeo, como nos filmes protagonizados pelos vilões "Venom", "Morbius" e o próximo "Kraven".

Assim, "Madame Teia" chega aos cinemas como mais um filme derivado dos quadrinhos do Cabeça de Teia, mas desta vez explorando uma personagem ainda menos conhecida que os vilões mencionados anteriormente.

Na trama de "Madame Teia", após um acidente traumático, Cassandra Webb (Dakota Johnson) adquire a habilidade sobrenatural de prever o futuro. 

No entanto, ao ter uma visão aterrorizante de um homem misterioso prestes a assassinar três jovens - Julia (Sydney Sweeney), Mattie (Celeste O’Connor) e Anya (Isabela Merced) - ela se vê numa corrida contra o tempo para evitar essa tragédia.

Um dos principais problemas de "Madame Teia" reside em sua linha cronológica. O filme se passa no ano de 2003, sendo uma prequela de 20 anos antes de Peter Parker se tornar o Homem-Aranha nos dias atuais.

Na história, somos apresentados aos irmãos Ben (Adam Scott) e Mary Parker, sendo que esta última está grávida. Além de várias outras pequenas referências ao universo do Aranha, como o jornal "Clarim Diário", a roupa do vilão similar à do futuro herói e a emblemática frase proferida pelo Tio Ben.

Outro ponto negativo é que pela trama o que levaria Peter Parker a se tornar o Homem-Aranha não são eventos fortuitos do acaso. 

Em 1973, a mãe de Cassandra Webb estava na Amazônia Peruana tentando encontrar um aracnídeo que levaria ao desenvolvimento de uma cura medicinal. No entanto, a expedição dá errado quando Ezekiel (Tahar Rahim) decide roubar a descoberta que também poderia torná-lo um homem com poderes.

Constance (Kerry Bishé) acaba sendo assistida pelos "Los Hombres Aranhas" da floresta, mas acaba falecendo após dar a luz à Cassandra.

Assim, toda a história canônica conhecida do Homem-Aranha é descartada, incluindo a originalidade na criação do uniforme, que é retirada ao dar um uniforme similar ao vilão.

Falando em roteiristas, a Sony, não satisfeita com o fracasso de "Morbius", mantiveram Matt Sazama e Burk Sharpless para roteirizar o filme. Essa decisão pode custar caro para o estúdio e talvez para a dupla, que acumula fracassos como "Deuses do Egito" e "Drácula: A História Nunca Contada".

"Madame Teia" é mais um filme do universo da Sony que não atinge o sucesso esperado. Resta agora aguardar "Kraven" para determinar se a Sony está se mostrando uma gestora inferior até mesmo à DC.

Nota: 2,5

"Madame Teia" estreia quinta-feria, 15 de fevereiro nos cinemas.