Pobres Criaturas | Crítica

Baseado no livro homônimo de Alasdair Gray, "Pobres Criaturas" inicia sua trama com o cientista Dr. Godwin Baxter (Willem Dafoe) realizando um procedimento para trazer de volta a vida Bella Baxter (Emma Stone), uma jovem criada para atender a propósitos científicos. 

No entanto, ao ser ludibriada por Duncan Wedderburn (Mark Ruffalo), ela percebe que nem tudo corresponde às suas expectativas.

O cineasta Yorgos Lanthimos apresenta uma obra alegórica com uma estética sensacional, seja pelo tom gótico com reminiscências do expressionismo alemão ou pela câmera que envolve os espectadores não apenas como observadores, mas como curiosos olhando pelo buraco da fechadura.

Com inspiração na literatura do século XIX, como os clássicos "Frankenstein" ou "A Ilha do Dr. Moreau", o filme se passa em uma Era Vitoriana com toques de Steampunk, contando sua fábula sobre o livre-arbítrio.

O início de "Pobres Criaturas" é dividido em capítulos que exploram a ética científica de Godwin e a criação de Bella, que foge dos padrões da época. 

Bella não é tratada como um ser humano, mas como um experimento testado em seus limites para avaliação de resultados. No entanto, é dessa criação peculiar que ela se torna uma mulher totalmente diferente do convencional naquela sociedade, principalmente por gozar de livre-arbítrio.

Entretanto, ao longo da história, o filme acaba perdendo seu ritmo, tornando-se um pouco redundante nas temáticas do meio para o final, reduzindo assim a importância do personagem Duncan. 

Isso não compromete a experiência de forma desastrosa, mas torna o ritmo do filme mais cansativo do que poderia ser.

Dessa forma, "Pobres Criaturas" é um trabalho tecnicamente primoroso, justificando todas as onze indicações que recebeu para o Oscar 2024.

Nota: 7,5