Contra o Mundo | Crítica

 


    Realizar um filme de ação não é uma tarefa fácil. O principal é pensar nas cenas de ação e como filmá-las. Depois, preencher o filme com uma trama que se alterne entre as tão aguardadas cenas de porrada.

     Um bom exemplo de filme de ação com boas cenas e uma trama interessante é a franquia John Wick. Um homem cuida de um cachorrinho dado por sua recém falecida esposa. Homens invadem a casa dele, matam o cachorro e ainda roubam seu carro. Aí conhecemos toda uma história de matadores profissionais e seu submundo. O sucesso foi tanto que tivemos três filmes, com um spin-off a caminho e uma série.


    Mas filmes como John Wick podem ser um caso raro, visto que muitos diretores muitas vezes não se importam com a trama que vai conduzir as cenas de ação, e esse é o caso do lançamento desta quinta-feira: "Contra o Mundo", com Bill Skarsgard.

     Na trama, acompanhamos Boy (Bill Skarsgard), um jovem que é treinado por um homem chamado Shaman (Yayan Ruhian). O objetivo do garoto é se vingar das pessoas que mataram sua mãe e irmã, a família Van Der Koy.

 

    Um dos grandes problemas de "Contra o Mundo" é em relação à sua divulgação. O trailer leva a crer que teremos uma história no estilo do clássico brucutu "O Sobrevivente", com Arnold Schwarzenegger, mas no final das contas, temos uma trama desinteressante que acaba cansando o público.

    Não vejo problema nenhum da trama não ser parecida com "O Sobrevivente", mas o que incomoda no longa dirigido pelo diretor Moritz Mohr são as cenas que motivam a ação do filme. A trama não é interessante, o que é uma pena, porque tinha um grande potencial de ser um filme com clima do gênero beat 'em up dos games, mas por focar apenas em grandes cenas de ação e no gore, o diretor esqueceu de contar uma boa história para prender o público.


    O filme não desenvolve bem o universo em que o enredo se passa. Temos uma espécie de "Jogos Vorazes", aqui chamado de "O Abate", que é televisionado, mas é isso. O Xamã é o típico oriental que treina "Boy", mestre sem pena, espanca o moleque porque quer que ele seja um grande guerreiro. Os personagens são um acerto, mas não são bem aproveitados. Destaco aqui "June27", que além de ter uma boa caracterização, me fez lembrar o Rinzler, de Tron: O Legado.

 

    "Contra o Mundo" era um filme de potencial que infelizmente tem muitos problemas, mas pode ser que caia no gosto da galera e faça um bom dinheiro que garanta uma continuação. Caso ocorra, seria melhor corrigir os erros do primeiro filme.

 

Nota: 4/10