“Cores de Maria”: quando a arte encontra a ética, o amor e a urgência da saúde

 

    Kely Nascimento a estrela o curta-metragem Cores de Maria, dirigido por Pedro Henrique Moutinho, que estreia no próximo dia 17 de maio, no Kinoplex Itaim Bibi, em São Paulo. A sessão, gratuita e aberta ao público, começa às 15h, com ingressos disponíveis pelo Sympla. No mesmo dia, o filme será disponibilizado no YouTube do Instituto Renascimento, e seguirá em circuito por escolas e universidades.

Amor, limites e o que não se discute: saúde

    Maria (Kely) é fisioterapeuta. Teodoro (Ricardo Gelli) é seu paciente — um homem diagnosticado com Distrofia Muscular de Duchenne, uma doença degenerativa e rara. O envolvimento afetivo entre os dois move a trama e aciona o conflito central: até que ponto é possível se entregar a alguém quando o cuidado é também dever? O filme desloca a questão ética para o terreno das relações humanas — e, ao fazer isso, desarma o espectador.

    Mais do que uma história de amor, Cores de Maria é sobre o que não costuma ser dito: os silêncios que envolvem o desejo, a culpa e a fragilidade da vida. Tudo embalado por uma narrativa sensível, onde o afeto não elimina o conflito — mas o amplia.

Kely Nascimento: a artista que doa (inclusive um rim)

    Não é exagero dizer que Kely vive o que propõe. Fundadora e presidente do Instituto Renascimento, criado ao lado do marido, o ator Northon Nascimento, falecido em 2007, ela tem feito da arte um campo de ação direta sobre temas ligados à saúde pública. Em 2024, foi além: doou um rim, em vida, a uma pessoa que não conhecia.

“Eu queria ser a boa notícia que chega na casa de alguém. Doei um rim e ganhei um irmão, uma família toda”, conta ela.

    Sua trajetória como atriz inclui novelas como Maria Esperança e Cúmplices de um Resgate, além de peças e curtas que falam sobre amor, morte, sobrevivência e generosidade. Este ano, Kely lança ainda o curta Quando Seus Olhos Encontram os Meus, com direção de Bruno Kott, previsto para setembro.

O Instituto Renascimento e a urgência de falar

    Criado em 2008, após o transplante cardíaco de Northon, o Instituto Renascimento é hoje referência no uso da arte como ferramenta de conscientização sobre doação de órgãos, doenças raras, saúde mental e acolhimento familiar. A organização produz espetáculos teatrais, curtas e médias-metragens, oficinas em penitenciárias e ONGs, e promove sessões gratuitas ou com renda revertida para causas sociais.

    Em 15 anos de atuação, o Instituto já tratou temas como hepatite C, cistite intersticial e transplantes de medula óssea em crianças. Tudo feito com a mesma premissa: a cultura pode ser ponte, acesso e cura.

“Falar de saúde com arte é criar vínculos com pessoas que, muitas vezes, não são ouvidas”, diz Kely.

Por que assistir Cores de Maria?

  1. Porque fala de amor com ética, de doença sem vitimização, e de vida sem idealizações.

  2. Porque é urgente visibilizar doenças raras.

  3. Porque precisamos discutir, sem medo, os afetos que atravessam o cuidado.

  4. Porque a arte pode ser também um ato de saúde pública.

Cores de Maria estreia dia 17 de maio, às 15h, no Kinoplex Itaim Bibi (SP), com sessão gratuita. Ingressos no Sympla. Também disponível no canal do Instituto Renascimento no YouTube.