Metallica - Hardwired... To Self-Destruct (Resenha)



Reassistindo Some Kind of Monster, documentário gravado no período de gravação do desastroso St. Anger (2003), vemos um Metallica receoso com a virada dos anos 2000, testemunhando o baixista Jason Newsted sair da banda e montar uma outra com um som mais "contemporâneo", um vocalista em frangalhos por conta do alcoolismo e um baterista obcecado em gravar um álbum moderno que satisfaça tanto a gravadora quanto os fãs. Percebemos que o resultado não foi bem o esperado. Apesar da banda ter ousado anos atrás com os álbuns duplos Load e Reload (1997), a pegada não era mais a mesma, e o fim parecia iminente. Até que um descanso de 4 anos fez com que eles voltassem com carga total lançando o sensacional Death Magnetic (2008), conquistando novamente a confiança dos fãs mais fervorosos e atraindo uma nova legião de admiradores. Parece que a banda sacou que o lance é deixar todo mundo com água na boca por muito tempo até soltar uma pedrada.


E isso se confirma com o décimo disco da carreia da banda, Hardwired... To Self-Destruct. O álbum é uma verdadeira homenagem aos clássicos que fizeram Metallica ser a potência do metal que é. Tanto que a primeira faixa, Hardwired, parece ter sido retirada de Kill Em' All (1983), o disco de estreia. O peso continua com Atlas, Arise!, um verdadeiro exercício de guitarra das partes de James Hertfield e Kirk Hammett. Moth Into Flame é outra música que pega de primeira os ouvintes, e é uma forte candidata a ser executada a exaustão nos shows. Confused também briga por esse espaço, apesar de ter uma pegada mais densa e letra sombria. Para aqueles que cobram algo além "homenagens" ao passado, Dream No More e MunUNkind entregam uma certa novidade, com melodias que parecem estranhas para aqueles que estão acostumados com a sonoridade do Metallica, mas que logo farão você bater cabeça como um bom headbanger. E por falar em "metaleiro", a banda presta uma homenagem ao lendário Lemmy Kilmister do Motorhead, falecido desde o ano passado, com a visceral Murder One. Já o som de encerramento do disco, Spit Out The Bone, trará sorriso para os adeptos da arte de balançar a cabeça e tocar uma "air guitar", com uma sonoridade rápida e pesada, fazendo lembrar, vejam só vocês, o mesmo Kill Em All do início do álbum! Um jeito perfeito de terminar um disco.

Sendo assim, Hardwired é o Metallica fincando de vez suas raízes no som que consagrou a banda no passado e que arrebata ano após anos mais admiradores. Esqueçam os fãs incautos que exigem "novidade" no som dos caras, ou que choram pra ter um novo Master of Puppets. Esse não é mais o objetivo deles, já que fizeram a sua "revolução musical" no passado. Agora a vibe é tocar pelo mundo afora, levar alegria aos fãs de todas as gerações e manter o legado (seguindo o exemplo do quase-finado AC/DC). Algo que, pelo visto, continua intacto, apesar de suas brigas, St. Anger com baterias de lata e Caso Napster...












P.S.: A banda disponibilizou no YouTube clipes de TODAS as músicas do álbum. Confira abaixo: 

























P.S.2: Além disso, no site do Metallica tem um aplicativo que permite que você escreva coisas com o logotipo da banda. É só acessar esse link. Confira algumas "artes" que fizemos.




Hahahahahahaha.