Homem-Aranha: Através do Aranhaverso | Crítica

Em 2018, o super-herói Homem-Aranha ganhou mais uma nova encarnação nos cinemas através da animação "Homem-Aranha: No Aranhaverso". Diferentemente do habitual Peter Paker, o protagonista desta vez foi Miles Morales, um jovem negro do Brooklyn.

O filme foi um grande sucesso, especialmente de crítica. Com um visual deslumbrante que combinava diversas técnicas e estilos de animação, ele conquistou o prêmio de Melhor Filme de Animação no Oscar.

A continuação, "Homem-Aranha: Através do Aranhaverso", nos leva a uma nova aventura, na qual acompanhamos Gwen Stacy (Heilee Steinfeld) se juntando à equipe do multiverso dos Homens-Aranhas, liderada por Miguel O'Hora (Oscar Isaac).

Quando Gwen viaja para a realidade de Miles Morales (Shameik Moore) em uma missão secreta, o jovem Homem-Aranha decide segui-la secretamente e acaba atravessando diferentes universos do multiverso dos Homens-Aranhas.

O filme consegue superar a qualidade do primeiro longa-metragem, apresentando uma animação ainda mais incrível, um ritmo excelente e ótimas cenas de ação, humor e drama.

Um dos destaques é o protagonismo de Gwen. A história começa sob a perspectiva dela até a introdução de Miles, e seu desenvolvimento conduz a narrativa até o enredo principal.

Outro destaque é a personagem Rio Morales (Luna Lauren Velez), mãe de Miles. Uma conversa entre os dois é um dos pontos altos do filme. É um diálogo que os pais precisam ter com seus filhos, especialmente considerando a questão racial.

Acredito que esse é o tema central do filme. A luta contra aqueles que acham que você não é merecedor daquilo que conquistou para si.

Em determinado momento do filme, Miguel O'Hara diz a Miles que não era seu destino ser um Homem-Aranha, uma vez que fora picado por uma aranha radioativa que veio de outro universo. Isso implica que ele teria tomado o lugar de outra pessoa designada a ser um Homem-Aranha.

Quantos jovens cotistas devem ouvir isso diariamente? O que Miles passa no filme é o que muitos jovens negros e negras enfrentam todos os dias em diferentes lugares do mundo. Todos eles precisam lutar contra essa mentalidade e afirmar que eles têm direitos legítimos, não favores concedidos.

Portanto, "Homem-Aranha: Através do Aranhaverso" já se destaca como um forte candidato para receber outro Oscar e figurar entre os maiores sucessos do ano. A responsabilidade de produzir um terceiro filme à altura ou até superior é enorme.

Nota 8,5