Besouro Azul | Crítica

"Besouro Azul" estreia após uma sequência de filmes questionáveis do Universo da DC. No entanto, o longa-metragem se destaca como um refresco em meio a tantas produções de super-heróis, principalmente por sua abordagem voltada para o público latino-americano.

Na trama, somos apresentados a Jaime Reyes (Xolo Maridueña), um jovem recém-formado que retorna para casa e descobre que sua família está prestes a ser despejada. Tudo parece estar indo de mal a pior até que ele conhece Jenny Kord (Bruna Marquezine), promoverá uma reviravolta em sua vida ao entregar-lhe um artefato misterioso.

O espectador familiarizado com o gênero notará que "Besouro Azul" apresenta uma estrutura bastante similar à de "Homem-Formiga" (2015).

Jenny é filha de Ted Kord, o primeiro Besouro Azul, um herói veterano que está desaparecido e que teve o controle de sua empresa tomada pela irmã, Victoria Kord (Susan Sarandon), que planeja utilizar a tecnologia da companhia para criar um exército privado de super soldados.

Outras características, que também lembra bastante outro herói da Marvel, mas anda em faltam ao atual "Homem-Aranha" do MCU, interpretado por Tom Holland, é que Jaime, além de ser mais heroico, tem suas bases bem fincadas na classe operaria a que pertence.

Todas essas qualidades estão bem nítidas graças a sua família que é uma inspiração para o jovem e também é um dos grandes destaques do filme.

O pai dele faz as vezes de um "Tio Ben" e a Família Reyes representa o esterótipo dos latino-americanos que vão morar em Miami que apresentam qualidades distintas das típicas famílias estadunidenses, como um grande senso de união e afeto.

Além disso, o filme aborda vários aspectos políticos e sociais. A matriarca da família foi membro da resistência revolucionária anti-imperialista, os mais velhos permanecem como imigrantes ilegais no país, os mais jovens se formam e mesmo assim não têm perspectivas de emprego, enquanto o subúrbio onde vivem é sucateado pelos grandes capitalistas.

Embora muitos desses elementos se apresentem brevemente na trama, eles estão presentes e é destacado que tais problemas são inerentes à nossa sociedade.

Assim, "Besouro Azul" pode não figurar entre os melhores filmes de super-heróis já feitos, mas se apresenta como uma das poucas opções dignas tanto dentro das franquias da DC quanto nas produções mais recentes do gênero como um todo. Isso ocorre por não tentar fazer parte de um universo expandido ou ambicionar uma trama complexa. Em vez disso, o filme é uma aventura autocontida de um "herói acidental", seguindo o que há de mais consagrado no cinema de ação.

Nota: 6,5

"Besouro Azul" está em exibição nos cinemas.

P.S.: O filme possuiu duas cenas pós créditos.