Nosso Lar 2: Os Mensageiros | Crítica

Baseado na obra de Chico Xavier, "Nosso Lar 2: Os Mensageiros" é uma continuação direta do sucesso do cinema nacional de 2010.

Na trama, acompanhamos uma equipe de espíritos liderada por Aniceto (Edson Celulari) que vem à Terra para acompanhar os desdobramentos de uma missão designada a um grupo de reencarnados que corre o risco de fracassar: a criação de uma obra espiritual que ligue os dois mundos.

Eles são Otávio (Felipe de Carolis), um jovem médium que segue errante pelo mundo; Isidoro (Mouhamed Harfouch), um austero pai de família que luta para viabilizar um centro espírita; e Fernando (Rafael Sieg), um empresário com potencial para financiar o projeto.

"Nosso Lar 2: Os Mensageiros" certamente vai agradar ao público que gostou do primeiro filme. Todos os aspectos da produção do antecessor estão presentes nesta sequência. Nem parece que há mais de uma década de diferença entre os dois longas, o que, em parte, chama a atenção pelos efeitos visuais que não evoluíram.

A história agora é um pouco mais elaborada, uma vez que o filme de 2010 se apoiava em um enredo muito simples que servia mais como pretexto para mostrar a construção daquele mundo no plano espiritual e apresentar as regras que regem seu funcionamento.

O roteiro não segue uma linearidade cronológica, alternando entre diferentes momentos na transitoriedade dos espíritos desta missão reencarnatória deles pela terra.

Basicamente, tudo vai girar em torno do flashback que mostrará como foi a passagem desses espíritos pela terra, sendo observados pelos Mensageiros. Isso lembrará muito as narrativas onde o espectador já sabe que a história convergirá para um evento esperado.

Nesse ponto, até pelo modo como é feita a retratação da época, me lembrou muito os especiais do programa de TV "Linha Direta Justiça", que fazia reconstituições dramatizadas de crimes históricos.

Apesar de a produção ter uma clara intenção de propagar a doutrina espírita, para muitos pode apenas soar como uma ficção de fantasia derivativa. 

Porém, em que pese qualquer cafonices, exageros e clichês, no sincretismo religioso brasileiro, a narrativa espírita sempre fez muito sucesso na literatura, nas novelas e no cinema. 

Portanto, assim como no primeiro filme, não será surpresa se "Nosso Lar 2: Os Mensageiros" tiver uma grande carreira.