A Matriarca | Crítica

 


    Em 'A Matriarca', somos apresentados a Sam (George Ferrier), um jovem que está passando por um momento difícil em sua vida. Por causa disso, ele decide cometer suicídio, mas tudo muda quando ele tem que cuidar da sua avó Ruth (Charlotte Rampling), uma pessoa com quem ele nunca teve contato.

    Dirigido e roteirizado por Matthew J. Saville, o longa que chega nesta quinta-feira (28), nos cinemas nacionais, apresenta uma trama simples, mas muito emocionante sobre duas pessoas que precisam de ajuda e vão conseguir isso de onde menos esperam. A direção de Saville é muito pontual. O diretor economiza nos diálogos ao fornecer informações apenas com a câmera. Isso fica evidenciado nos minutos iniciais da trama. Esse recurso se estende durante todo o filme, fazendo com que o público foque no que o diretor quer mostrar.


    O filme trabalha com um assunto muito sensível: o suicídio. Sam, após o falecimento da mãe e ter um relacionamento conturbado com o pai, nutre esse sentimento para si. Mas o que ele planeja vai sendo adiado, principalmente por causa da 'visita' inesperada da sua avó. Quanto mais o jovem se relaciona com a matriarca, mais ele percebe as coisas boas que a vida pode oferecer. Ruth oferece ao neto o que seu pai (Marton Csokas) não ofereceu ao filho: um ombro amigo para lidar com a morte de sua mãe. A relação até então inexistente entre avó e neto vai florescendo entre Sam e Ruth, de modo que os dois vão percebendo que devem aproveitar cada minuto de suas vidas.


    Saville utilizou das suas experiências da adolescências para criar o roteiro.

Quando eu tinha 17 anos, minha avó alcoólatra quebrou a perna e se mudou da Europa para viver na Nova Zelândia na casa da família. Heather tinha vivido uma vida incrível, ela estava na Espanha durante a Guerra Civil Espanhola, enfrentou a África e bebeu gin o suficiente para conservar um elefante. Na verdade, quando eu a conheci, ela bebia dois terços de uma garrafa de gin todos os dias. Ela era perspicaz, charmosa, engraçada e rude. Ela nos levou às lágrimas e também a acessos de riso, de sua cadeira no quarto que construímos para ela.


    'A Matriarca' é um filme maravilhoso que provavelmente passará despercebido pelo grande público. Em um passado recente, teria mais atenção por causa das locadoras e da TV aberta.

 

Nota: 7