Planeta dos Macacos: O Reino | Crítica com Spoiler

 

    Em 2011, a Fox deu o pontapé inicial com o sétimo filme do universo “Planeta dos Macacos”. Dirigido por Rupert Wyatt, este longa foi a segunda tentativa do estúdio de emplacar a franquia, após o fracasso do filme de 2001, dirigido por Tim Burton.

    Planeta dos Macacos: A Origem”, como o próprio nome sugere, contava a história de como os símios conquistariam o planeta e os humanos regrediram na escala evolutiva. O sucesso do filme resultou em "Planeta dos Macacos: O Confronto" (2014) e "Planeta dos Macacos: A Guerra" (2017), ambos dirigidos por Matt Reeves (Batman). Agora, em 9 de maio, chega aos cinemas “Planeta dos Macacos: O Reino”, mais um capítulo para a franquia que se iniciou em 2011.

    Na nova história, o tempo de César passou e a trama avança para um futuro não especificado, onde somos apresentados a Noa (Owen Teague), um símio de uma tribo que cria e domestica aves. Sua vila é destruída e seus membros são sequestrados para servirem como escravos para Proximus (Kevin Durand), um líder que utiliza a figura de César para controlar seu reino e manter seu poder.

     O diretor Wes Ball (Maze Runner) apresenta uma trama que se desenrola como um meio de capítulo em uma franquia em expansão, tornando “Planeta dos Macacos: O Reino” um desafio para novos espectadores e para os impacientes. Embora apresente boas cenas de ação, grande parte da história serve para lançar possíveis elementos para o desenvolvimento de novos capítulos que se seguirão.



    Noa, o novo protagonista, embarca em uma jornada de amadurecimento e aprendizado após seu clã ser escravizado. Determinado a ajudá-los, o jovem símio conhece no caminho o orangotango Raka (Peter Macon), que romanticamente descreve o passado idílico da união entre macacos e humanos, destacando o papel de César como grande líder. No entanto, Noa possui apenas uma vaga ideia do passado de sua espécie, já que os anciões de sua tribo ocultam informações relevantes. Quem se junta à dupla é a humana Mae (Freya Allan), que vê em Noa uma forma de chegar ao Reino de Proximus.

     O reino de Proximus, localizado nas proximidades da ponte Golden Gate, fica próximo de um bunker que o símio pretende abrir, porque sabe que nele contém tecnologia humana. O que é interessante mencionar é que, em conversa com Noa sobre a teoria da Evolução, Proximus deixa bem claro que a evolução tem contexto de aprimoramento tecnológico. É importante destacar que sua tribo domina de forma rudimentar a tecnologia, ao criar lanças elétricas. Ele precisa da ajuda de Noa para abrir o “cofre” e aprender mais sobre a tecnologia humana, para proporcionar a evolução do mundo dos macacos.


    Outro ponto que merece destaque é a questão espacial. É um elemento que o roteiro faz questão de introduzir, mesmo que de forma muito sutil, para o público. Estaria a trama caminhando em direção ao filme clássico protagonizado por Charlton Heston, apresentando um remake do longa de 68? Ou estaria se aproximando da visão criada por Pierre Boulle em seu romance? Falando no longa de 68, o novo filme dialoga bastante com o original, seja por meio de referências visuais, como os espantalhos ou a boneca falante, ou por meio de questões como a ocultação da história para as gerações mais novas e a proibição de sair da zona de segurança para explorar o mundo. 

    "Planeta dos Macacos: O Reino" tem que ser encarado como mais um capítulo de uma história que está se desenvolvendo e pretende chegar a um ponto. Se não for visto desta forma, provavelmente não agradará nem os fãs da franquia nem os novatos, que precisam ter paciência na história que está se montando.

 

Nota: 7/10