Vai e Vem | Crítica

"Vai e Vem" apresenta-se como um diálogo cinematográfico entre duas amigas, estabelecido no início de 2020 diante da pandemia de COVID-19. Nesse contexto, foram definidas três regras:

Por um ano, as amigas se comunicariam exclusivamente por "video-cartas", como alternativa aos aplicativos de mensagens e chamadas. O prazo de resposta entre as missivas seria de três semanas. E cada pequeno filme seria inspirado formal e/ou tematicamente por uma cineasta experimental.

As interlocutoras desse diálogo são a brasileira Fernanda Pessoa e a mexicana Chica Barbosa, esta última recém-mudada do Brasil para Los Angeles.

A cada segmento, elas fazem referências a cineastas como Marie Menken, Joyce Wieland, Gunvor Nelson, Yvonne Rainner, Carolee Schneemann, Narcisa Hirsch, Chick Strand, Marjorie Keller, Leslie Thornton, Abigail Child, Cherly Dunye, Zeinabu Irene Davis, Ximena Cuevas e Paula Gaitán.

Desse modo, elas abordam temas como isolamento social, depressão, reflexões sobre feminismo e política, além de apresentar muitos paralelos entre o que ocorria em 2020 no Brasil, sob o governo de Bolsonaro, e nos Estados Unidos, sob a liderança de Donald Trump.

Post isto, o  documentário é mais um “filme de pandemia” que trata deste passado recente que muito exauriu as pessoas e que também a respeito da política somasse tudo que já fora produzido desde 2013.

Vai e Vem”, portanto, apesar de ter belos momentos, acaba chegando com pouco frescor no presente momento, pegando um público que já foi exposto a muito conteúdo do tipo e agora quer desanuviar desses temas. No entanto, pode se tornar mais relevante com o passar do tempo, como um recorte particular e um registro histórico deste período que vivemos.

Vai e Vem” está em exibição nos cinemas.